Tempos e tempos atrás, na época em que o Pedro de Lara e a Dercy Gonçalves não eram muito velhos; quando a Torcida Jovem do Santos era jovem e o São Paulo não ganhava nem campeonato de par ou ímpar; quando fumar em livrarias e bibliotecas era batuta; quando o presidente do Brasil era o Costa e Silva; quando se queimavam sutiãs mas se usavam minissaias; quando supostamente o homem chegava na lua; quando achavam que o Elton John era macho; enfim, quando se amarrava cachorro com linguiça, apareceu no mundo um gênero musical chamado Rock'n'roll.
Enquanto o Maluf distribuía fuscas e o Canhotinha de Ouro ajudava a tirar o Tricolor da fila, um bando de mocorongos de Birmingham virava uma lenda: o bom e velho Black Sabbath. Melodias densas, temas do capeta etc. etc. Nada que outras bandas de rock já não tivessem experimentado. Mas por algum motivo, a música dos tais mancebos, juntamente com a de seus priminhos Led Zeppelin e Deep Purple, produzia uma sonoridade meio diferente, que logo começaram a chamar de Heavy Metal.
Notem: não estilo. Não gênero. Era uma sonoridade.
Alguns anos se passaram, o mundo mudou um pouco, hippies brotaram por todos os lados, os estadunidenses decidiram finalmente admitir que haviam levado fumo na Indochina, a Argentina e a Espanha finalmente ganharam um título importante no futebol e até o Corinthians saiu da fila. E mais alguns ingleses sujos decidiram pegar em armas. Ou talvez puxar ferros. Ou talvez trabalhar como metalúrgicos e não serem punks almofadinhas financiados por seus pais.
E com isso o mundo teve o deleite de ver o surgimento de uma nova trinca de bandas porconas e com aquela sonoridade. Pena uma delas ser australiana. Mas todas soavam pesadas, embora o AC/DC misturasse o hard rock ao blues. O grandioso Motörhead mesclava essas mesmas influências ao punk.
E a terceira era o Metal encarnado. Praticamente o Tinhoso. O bode velho. O um em que não existe.
E era nesse ponto que eu queria finalmente chegar.
O Heavy Metal como gênero não existiria se não fosse pelo Judas. O grande Judas. Eles pegaram aquela sonoridade, sapecaram ainda mais peso, colocaram uma outra guitarra, determinaram uma estética, uma tendência nos vocais, uma cadência; compilaram os temas, influenciaram outras bandas, demarcaram as fronteiras. Enfim, se você não gosta do Judas, pode até bom sujeito ser. Mas de Metal você não gosta.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
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