Hoje é o aniversário de quinze anos do falecimento de um certo Antônio Carlos Bernardo Gomes, vulgo Mussum.
Aderindo às solenidades desse novo feriado nacional, coloco abaixo um videozinho em homenagis.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Coffee and cigarettes
No último post, esqueci de mencionar que, se a lei antifumo se mantiver, cenas como essa jamais acontecerão.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Holy smoke
Em posts anteriores, falei da origem metalúrgica dos metaleiros sujos. Ou seria a origem metaleira e suja dos metalúrgicos...?
Enfim.
O assunto do presente, porém, será diferente, embora próximo. Você deve saber que no dia sete de abril do corrente ano a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou a agora famosa lei que proíbe o consumo de cigarros e correlatos em ambientes fechados.
Muita gente achou batuta, mas o que será que o Humphrey Bogart pensa disso?
Eu como ex-fumante poderia ser considerado suspeito, qualquer que fosse a minha sentença a respeito do tema. Mas uma qüestão não me sai da cabeça: se a preocupação é com o bem-estar pulmonar da população da cidade, não seria mais interessante começar proibindo a circulação de automóveis?
Essa belezura aí em cima, por exemplo. O equivalente a quantos cigarros essa criança joga no ar por segundo?
Que o cigarro causa problemas à saúde, isso é meio que ponto pacífico. Mas existem constatações mais interessantes a respeito do ato de fumar. O tabagismo, afinal, não deixa de ser uma metáfora da industrialização. Talvez uma metonímia. E quando inconscientemente nos damos conta do lugar aonde a poluição de verdade está prestes a nos levar, as energias são direcionadas para esse tipo de problema, convenhamos, menor.
Que tal uma dessa aqui?
Enfim.
O assunto do presente, porém, será diferente, embora próximo. Você deve saber que no dia sete de abril do corrente ano a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou a agora famosa lei que proíbe o consumo de cigarros e correlatos em ambientes fechados.
Muita gente achou batuta, mas o que será que o Humphrey Bogart pensa disso?
Eu como ex-fumante poderia ser considerado suspeito, qualquer que fosse a minha sentença a respeito do tema. Mas uma qüestão não me sai da cabeça: se a preocupação é com o bem-estar pulmonar da população da cidade, não seria mais interessante começar proibindo a circulação de automóveis?
Essa belezura aí em cima, por exemplo. O equivalente a quantos cigarros essa criança joga no ar por segundo?
Que o cigarro causa problemas à saúde, isso é meio que ponto pacífico. Mas existem constatações mais interessantes a respeito do ato de fumar. O tabagismo, afinal, não deixa de ser uma metáfora da industrialização. Talvez uma metonímia. E quando inconscientemente nos damos conta do lugar aonde a poluição de verdade está prestes a nos levar, as energias são direcionadas para esse tipo de problema, convenhamos, menor.
Que tal uma dessa aqui?
Banheira
Na transmissão da Rede Blogo de Tevelisão do jogo de agora há pouco entre Sport Club Internacional e São Paulo Futebol Clube, o repórter de campo disse que a jogada que originou ambos os tentos da agremiação colorada havia sido treinada à exaustação na parte da tarde do dia de ontem.
Julgando pelas características dos lances, a pergunta que fica é: a jogada foi ensaiada só com Andrezinho, Kléber e Alecsandro ou aquele rapaz de preto que fica segurando a bandeira lá na linha lateral também participou do treino?
Julgando pelas características dos lances, a pergunta que fica é: a jogada foi ensaiada só com Andrezinho, Kléber e Alecsandro ou aquele rapaz de preto que fica segurando a bandeira lá na linha lateral também participou do treino?
quarta-feira, 22 de julho de 2009
NWOBHM
Pode até parecer um trava língua, uma sopa de letrinhas, o nome de uma cidade da Hungria ou da mais nova revelação do futebol nigeriano, mas trata-se de uma sigla. A da famosa New Wave of British Heavy Metal.
É deveras curioso o fato de uma safra tão interessante de bandas surgir e desaparecer assim repentinamente, na mesma região e num período de tempo tão curto. E essas bandas ainda por cima ganharam um epíteto coletivo quase digno de uma igreja neopentecostal, com a qual possivelmente teriam em comum apenas a capacidade de produzir barulho.
Você certamente conhece o Iron Maiden e deve pelo menos ter ouvido uma ou duas músicas do Saxon. Pode ter ouvido falar do Diamond Head e do Def Leppard. Pode não conhecer o Tokyo Blade, o Grim Reaper ou o Samson, mas agora sabe que todas elas têm uma coisa em comum: elas são as primeiras bandas - depois do Judas, obviamente - que poderíamos classificar de Heavy Metal como gênero. Mesmo elas sendo chamadas de "New Wave". Por essa perspectiva, poderíamos chamá-las de "First Wave", talvez.
Eu por sinal tenho uma teoria a respeito da gênese do gênero. [Bela aliteração, hein?!]
O Metal surgiu na Inglaterra, terra da Revolução Industrial, do futebol e da Elizabeth Hurley.
Seus criadores - ou seriam seus forjadores? - eram jovens metalúrgicos de baixíssima renda, com pouca ou nenhuma perspectiva. Out of work and down. Ao contrário do punk - gênero musical alinhado com o Anarquismo e, assim como este, praticado por garotinhos juvenis criados a leite com pera e ovomaltino e financiados por papais roliços com rosetas -, o Metal não deixa de ter em sua origem certos traços do comunismo inglês. É um gênero de contestação, fruto da sociedade industrializada, mas é também institucional, tem sua dose de proselitismo ideológico e demanda uma certa devoção partidária. É uma espécie de stalinismo musical. [O stalinismo visto da esquerda, pelamordeDeus.]
Seria o Koba um headbanger avant la lettre?
É deveras curioso o fato de uma safra tão interessante de bandas surgir e desaparecer assim repentinamente, na mesma região e num período de tempo tão curto. E essas bandas ainda por cima ganharam um epíteto coletivo quase digno de uma igreja neopentecostal, com a qual possivelmente teriam em comum apenas a capacidade de produzir barulho.
Você certamente conhece o Iron Maiden e deve pelo menos ter ouvido uma ou duas músicas do Saxon. Pode ter ouvido falar do Diamond Head e do Def Leppard. Pode não conhecer o Tokyo Blade, o Grim Reaper ou o Samson, mas agora sabe que todas elas têm uma coisa em comum: elas são as primeiras bandas - depois do Judas, obviamente - que poderíamos classificar de Heavy Metal como gênero. Mesmo elas sendo chamadas de "New Wave". Por essa perspectiva, poderíamos chamá-las de "First Wave", talvez.
Eu por sinal tenho uma teoria a respeito da gênese do gênero. [Bela aliteração, hein?!]
O Metal surgiu na Inglaterra, terra da Revolução Industrial, do futebol e da Elizabeth Hurley.
Seus criadores - ou seriam seus forjadores? - eram jovens metalúrgicos de baixíssima renda, com pouca ou nenhuma perspectiva. Out of work and down. Ao contrário do punk - gênero musical alinhado com o Anarquismo e, assim como este, praticado por garotinhos juvenis criados a leite com pera e ovomaltino e financiados por papais roliços com rosetas -, o Metal não deixa de ter em sua origem certos traços do comunismo inglês. É um gênero de contestação, fruto da sociedade industrializada, mas é também institucional, tem sua dose de proselitismo ideológico e demanda uma certa devoção partidária. É uma espécie de stalinismo musical. [O stalinismo visto da esquerda, pelamordeDeus.]
Seria o Koba um headbanger avant la lettre?
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Metal Gods
Tempos e tempos atrás, na época em que o Pedro de Lara e a Dercy Gonçalves não eram muito velhos; quando a Torcida Jovem do Santos era jovem e o São Paulo não ganhava nem campeonato de par ou ímpar; quando fumar em livrarias e bibliotecas era batuta; quando o presidente do Brasil era o Costa e Silva; quando se queimavam sutiãs mas se usavam minissaias; quando supostamente o homem chegava na lua; quando achavam que o Elton John era macho; enfim, quando se amarrava cachorro com linguiça, apareceu no mundo um gênero musical chamado Rock'n'roll.
Enquanto o Maluf distribuía fuscas e o Canhotinha de Ouro ajudava a tirar o Tricolor da fila, um bando de mocorongos de Birmingham virava uma lenda: o bom e velho Black Sabbath. Melodias densas, temas do capeta etc. etc. Nada que outras bandas de rock já não tivessem experimentado. Mas por algum motivo, a música dos tais mancebos, juntamente com a de seus priminhos Led Zeppelin e Deep Purple, produzia uma sonoridade meio diferente, que logo começaram a chamar de Heavy Metal.
Notem: não estilo. Não gênero. Era uma sonoridade.
Alguns anos se passaram, o mundo mudou um pouco, hippies brotaram por todos os lados, os estadunidenses decidiram finalmente admitir que haviam levado fumo na Indochina, a Argentina e a Espanha finalmente ganharam um título importante no futebol e até o Corinthians saiu da fila. E mais alguns ingleses sujos decidiram pegar em armas. Ou talvez puxar ferros. Ou talvez trabalhar como metalúrgicos e não serem punks almofadinhas financiados por seus pais.
E com isso o mundo teve o deleite de ver o surgimento de uma nova trinca de bandas porconas e com aquela sonoridade. Pena uma delas ser australiana. Mas todas soavam pesadas, embora o AC/DC misturasse o hard rock ao blues. O grandioso Motörhead mesclava essas mesmas influências ao punk.
E a terceira era o Metal encarnado. Praticamente o Tinhoso. O bode velho. O um em que não existe.
E era nesse ponto que eu queria finalmente chegar.
O Heavy Metal como gênero não existiria se não fosse pelo Judas. O grande Judas. Eles pegaram aquela sonoridade, sapecaram ainda mais peso, colocaram uma outra guitarra, determinaram uma estética, uma tendência nos vocais, uma cadência; compilaram os temas, influenciaram outras bandas, demarcaram as fronteiras. Enfim, se você não gosta do Judas, pode até bom sujeito ser. Mas de Metal você não gosta.
Enquanto o Maluf distribuía fuscas e o Canhotinha de Ouro ajudava a tirar o Tricolor da fila, um bando de mocorongos de Birmingham virava uma lenda: o bom e velho Black Sabbath. Melodias densas, temas do capeta etc. etc. Nada que outras bandas de rock já não tivessem experimentado. Mas por algum motivo, a música dos tais mancebos, juntamente com a de seus priminhos Led Zeppelin e Deep Purple, produzia uma sonoridade meio diferente, que logo começaram a chamar de Heavy Metal.
Notem: não estilo. Não gênero. Era uma sonoridade.
Alguns anos se passaram, o mundo mudou um pouco, hippies brotaram por todos os lados, os estadunidenses decidiram finalmente admitir que haviam levado fumo na Indochina, a Argentina e a Espanha finalmente ganharam um título importante no futebol e até o Corinthians saiu da fila. E mais alguns ingleses sujos decidiram pegar em armas. Ou talvez puxar ferros. Ou talvez trabalhar como metalúrgicos e não serem punks almofadinhas financiados por seus pais.
E com isso o mundo teve o deleite de ver o surgimento de uma nova trinca de bandas porconas e com aquela sonoridade. Pena uma delas ser australiana. Mas todas soavam pesadas, embora o AC/DC misturasse o hard rock ao blues. O grandioso Motörhead mesclava essas mesmas influências ao punk.
E a terceira era o Metal encarnado. Praticamente o Tinhoso. O bode velho. O um em que não existe.
E era nesse ponto que eu queria finalmente chegar.
O Heavy Metal como gênero não existiria se não fosse pelo Judas. O grande Judas. Eles pegaram aquela sonoridade, sapecaram ainda mais peso, colocaram uma outra guitarra, determinaram uma estética, uma tendência nos vocais, uma cadência; compilaram os temas, influenciaram outras bandas, demarcaram as fronteiras. Enfim, se você não gosta do Judas, pode até bom sujeito ser. Mas de Metal você não gosta.
Loud as it can be
Você pode não ser fã daquele programa Top Top da MTV, mas sem sombra de dúvida já se deparou oitocentas e dezoito vezes com listas do tipo "as dez melhores capas de álbum de todos os tempos". Você SEMPRE fica curioso com a tal classificação e SEMPRE discorda dela.
Não sei quanto a você, caro e quiçá inexistente leitor, mas as listas que mais agonia me causam são aquelas que envolvem o Metal. Invariavelmente o primeiro lugar é ocupado por alguma coisa que nem com toda a boa vontade do mundo se classificaria como Heavy Metal. Os autores são comumente estadunidenses, e, por conseguinte, a capacidade de separar o joio do trigo é seriamente comprometida. Via de regra é o trigo que é consumido pelas chamas.
Se eu fosse me aventurar a fazer listas, eu faria uma das bandas que com mais frequência aparecem - impropriamente - nos top X de "Metal". Que tal?!
1. Led Zeppelin
2. Deep Purple
3. Black Sabbath
4. AC/DC
5. Motörhead
6. Van Halen
7. Kiss
8. Guns'n'Roses
9. Aerosmith (?!)
10. Mötley Crüe (?!!!)
Convenhamos, a Inezita Barroso é mais True Metal do que Guns'n'Roses, Mötley Crue e Aerosmith juntos. Agora há pouco achei uma lista que tinha Soundgarden. Outra tinha Alice in Chains. Se amanhã eu achar uma com Só Pra Contrariar eu não vou me espantar nem um pouco.
A impressão que fica é uma só: muita gente não sabe em absoluto o que é Heavy Metal. Ou tem apenas uma vaga noção. Ou então não gosta do gênero e não faz a mínima questão de entendê-lo. Nesse caso, se eventualmente surgir a necessidade de fazer um "10 melhores álbuns de Heavy Metal da história", vale a boa e velha máxima do mestre Ronaldão: "bola pro mato..."
Então que diabos é o Metal? Quando surgiu? Metaleiros são mesmo sujos? Existem várias definições, e certamente não há uma só resposta para cada pergunta. Eu tenho algumas teorias. Assuntos para os próximos posts.
Não sei quanto a você, caro e quiçá inexistente leitor, mas as listas que mais agonia me causam são aquelas que envolvem o Metal. Invariavelmente o primeiro lugar é ocupado por alguma coisa que nem com toda a boa vontade do mundo se classificaria como Heavy Metal. Os autores são comumente estadunidenses, e, por conseguinte, a capacidade de separar o joio do trigo é seriamente comprometida. Via de regra é o trigo que é consumido pelas chamas.
Se eu fosse me aventurar a fazer listas, eu faria uma das bandas que com mais frequência aparecem - impropriamente - nos top X de "Metal". Que tal?!
1. Led Zeppelin
2. Deep Purple
3. Black Sabbath
4. AC/DC
5. Motörhead
6. Van Halen
7. Kiss
8. Guns'n'Roses
9. Aerosmith (?!)
10. Mötley Crüe (?!!!)
Convenhamos, a Inezita Barroso é mais True Metal do que Guns'n'Roses, Mötley Crue e Aerosmith juntos. Agora há pouco achei uma lista que tinha Soundgarden. Outra tinha Alice in Chains. Se amanhã eu achar uma com Só Pra Contrariar eu não vou me espantar nem um pouco.
A impressão que fica é uma só: muita gente não sabe em absoluto o que é Heavy Metal. Ou tem apenas uma vaga noção. Ou então não gosta do gênero e não faz a mínima questão de entendê-lo. Nesse caso, se eventualmente surgir a necessidade de fazer um "10 melhores álbuns de Heavy Metal da história", vale a boa e velha máxima do mestre Ronaldão: "bola pro mato..."
Então que diabos é o Metal? Quando surgiu? Metaleiros são mesmo sujos? Existem várias definições, e certamente não há uma só resposta para cada pergunta. Eu tenho algumas teorias. Assuntos para os próximos posts.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Aunque no creas en brujitas
Talvez você conheça Mauro Cezar Pereira. Talvez não. Em caso negativo, você pode saber mais sobre ele em seu blog no site da ESPN Brasil.
Trata-se de um jornalista meio ranzinza, mal-humorado; meio mala. Por outro lado, é um dos mais competentes comentaristas esportivos da televisão brasileira. Não à toa trabalha onde trabalha. E conhece como ninguém no Brasil o futebol argentino.
É bem provável que muitas pessoas tenham sido pegas de surpresa pela vitória do Estudiantes sobre o Cruzeiro na final da Libertadores. O supracitado jornalista e seus leitores - eu entre eles -, não foram.
Mas ninguém é perfeito e tampouco o é o Sr. Mauro Cezar. Outro dia ele afirmou, com todas as letras, que a diretoria e a torcida do São Paulo Futebol Clube consideram-no a maior força do futebol sulamericano ao lado do Boca Juniors, coisa que não é. Ele disse literalmente "não é".
Então vamos lá.
Todos sabemos que os argentinos dominam a Libertadores. O Independiente é o maior campeão da história da competição, seguido pelo Boca. Ponto pacífico. Vale a pena lembrar, por outro lado, que o interesse das equipes brasileiras pelo torneio era pequeno nos anos 60 e mesmo nos 70 e 80: as viagens eram caras, até mesmo perigosas e a recompensa era relativamente pequena. Além disso, o futebol como um todo mudou radicalmente nos últimos anos. Por conta disso tudo, vamos nos ater às últimas 25 edições da Copa Libertadores da América.
Nesse período (1985-2009):
* apenas dois times chegaram à decisão cinco vezes: São Paulo e Boca.
* apenas dois times venceram a competição três ou mais vezes: São Paulo e Boca.
* apenas dois times foram campeões em anos consecutivos (o velho "bicampeão"): São Paulo e Boca.
* apenas um time brasileiro venceu um time argentino numa final: São Paulo.
Além disso, é bom ressaltar que, nesse período, todos os times que eliminaram o São Paulo foram no mínimo vicecampões, com a exceção da edição de 1987, ano em que o Tricolor caiu logo na primeira fase.
O video abaixo não tem relação nenhuma com o post. Eu só gostei de colocar videos aqui, mesmo!
Trata-se de um jornalista meio ranzinza, mal-humorado; meio mala. Por outro lado, é um dos mais competentes comentaristas esportivos da televisão brasileira. Não à toa trabalha onde trabalha. E conhece como ninguém no Brasil o futebol argentino.
É bem provável que muitas pessoas tenham sido pegas de surpresa pela vitória do Estudiantes sobre o Cruzeiro na final da Libertadores. O supracitado jornalista e seus leitores - eu entre eles -, não foram.
Mas ninguém é perfeito e tampouco o é o Sr. Mauro Cezar. Outro dia ele afirmou, com todas as letras, que a diretoria e a torcida do São Paulo Futebol Clube consideram-no a maior força do futebol sulamericano ao lado do Boca Juniors, coisa que não é. Ele disse literalmente "não é".
Então vamos lá.
Todos sabemos que os argentinos dominam a Libertadores. O Independiente é o maior campeão da história da competição, seguido pelo Boca. Ponto pacífico. Vale a pena lembrar, por outro lado, que o interesse das equipes brasileiras pelo torneio era pequeno nos anos 60 e mesmo nos 70 e 80: as viagens eram caras, até mesmo perigosas e a recompensa era relativamente pequena. Além disso, o futebol como um todo mudou radicalmente nos últimos anos. Por conta disso tudo, vamos nos ater às últimas 25 edições da Copa Libertadores da América.
Nesse período (1985-2009):
* apenas dois times chegaram à decisão cinco vezes: São Paulo e Boca.
* apenas dois times venceram a competição três ou mais vezes: São Paulo e Boca.
* apenas dois times foram campeões em anos consecutivos (o velho "bicampeão"): São Paulo e Boca.
* apenas um time brasileiro venceu um time argentino numa final: São Paulo.
Além disso, é bom ressaltar que, nesse período, todos os times que eliminaram o São Paulo foram no mínimo vicecampões, com a exceção da edição de 1987, ano em que o Tricolor caiu logo na primeira fase.
O video abaixo não tem relação nenhuma com o post. Eu só gostei de colocar videos aqui, mesmo!
terça-feira, 14 de julho de 2009
Américas
Amanhã à noite, mais precisamente após a novela das oito da Rede Globo, o Cruzeiro Esporte Clube decidirá com o Club Estudiantes de La Plata o título da edição 2009 - a de número 50 - da Copa Libertadores da América. Para um torcedor aborrecido, chateado, macambúzio, sorumbático, cogitabundo e - por que não dizer? - meditabundo do São Paulo Futebol Clube, fica a árdua tarefa de decidir: por quem torcer nessa fatídica partida.
Sim, porque se de um lado temos uma agremiação argentina detentora do mesmo número de conquistas continentais de nosso dileto tricolor, do outro temos um clube que pode igualar essa cifra. Além disso, nesse último time joga o infame Kleber.
Esse dilema nos faz pensar em muitas coisas, traz à tona velhas chagas purulentas, obriga-nos a vagar pelos mais obscuros recantos de nossas consciências, remete-nos àquela velha prova de química inorgânica que nos fez repetir o segundo colegial. E depois de muito pensar, chegamos à pergunta cabal: porque mexicanos jogam a Libertadores se eles fazem parte da América do Norte? O México é América Central...? O que diabos significa Tlaltelolco? Entre outras dúvidas existenciais.
Bom, para começar, podemos dizer que o México fica tecnicamente na América do Norte, embora seu vizinho setentrional não se sinta exatamente orgulhoso disso. Os habitantes desse outro país, por sinal, costumam chamar a sua própria pátria de "América", um dos menos empolgantes exemplos de metonímia de que eu tenha registro. Seria um fenômeno semelhante se os alemães, por exemplo, chamassem a Vaterland de "Europa". O primeiro caso é evidentemente tolerado; afinal, como diria o Titio Monroe, "a América é pros americanos". O segundo, não muito: ninguém concordou quando disseram que o velho continente era o Lebensraum germânico.
Os nativos da Ilha da Tartaruga, por sinal, adoram chamar tudo o que fica ao sul de Tijuana de "América Latina". Eu sou latino, você é latino, o Hugo Chavez é latino, o Ricky Martin é latino, a Gisele Bündchen é latina, até o Latino é latino!
Certamente não se lembram de que, quando essa expressão surgiu, eles não gostaram nada dela. Afinal, foram aqueles meninos que não tomam banho d'além-mar, os franceses, que a cunharam, para legitimar a coroação de Maximiliano, um Habsburgo, como Imperador do México.
Nada muito "América para os americanos". Não é?
E por falar em América, o de Cali é o time com o pior retrospecto dentre todos os finalistas da história da Libertadores. Chegou em 1985, 1986, 1987 e 1996. E perdeu TODAS. Que fase, hein, moça?!
Já o querido Ameriquinha vai estrear nesta quinta pela série B do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro contra o Bonsucesso, às 20h, com transmissão da ESPN Brasil, olha que chique! Não deixem de assistir e torcer pro time do genial Romário.
E já que estamos falando do lendário clube de Lamartine Babo e Tim Maia, entre outros, vejam que sensacional esse video da Unimed.
Ouvi falar que é do WO, mas não tenho certeza. É plausível.
Sim, porque se de um lado temos uma agremiação argentina detentora do mesmo número de conquistas continentais de nosso dileto tricolor, do outro temos um clube que pode igualar essa cifra. Além disso, nesse último time joga o infame Kleber.
Esse dilema nos faz pensar em muitas coisas, traz à tona velhas chagas purulentas, obriga-nos a vagar pelos mais obscuros recantos de nossas consciências, remete-nos àquela velha prova de química inorgânica que nos fez repetir o segundo colegial. E depois de muito pensar, chegamos à pergunta cabal: porque mexicanos jogam a Libertadores se eles fazem parte da América do Norte? O México é América Central...? O que diabos significa Tlaltelolco? Entre outras dúvidas existenciais.
Bom, para começar, podemos dizer que o México fica tecnicamente na América do Norte, embora seu vizinho setentrional não se sinta exatamente orgulhoso disso. Os habitantes desse outro país, por sinal, costumam chamar a sua própria pátria de "América", um dos menos empolgantes exemplos de metonímia de que eu tenha registro. Seria um fenômeno semelhante se os alemães, por exemplo, chamassem a Vaterland de "Europa". O primeiro caso é evidentemente tolerado; afinal, como diria o Titio Monroe, "a América é pros americanos". O segundo, não muito: ninguém concordou quando disseram que o velho continente era o Lebensraum germânico.
Os nativos da Ilha da Tartaruga, por sinal, adoram chamar tudo o que fica ao sul de Tijuana de "América Latina". Eu sou latino, você é latino, o Hugo Chavez é latino, o Ricky Martin é latino, a Gisele Bündchen é latina, até o Latino é latino!
Certamente não se lembram de que, quando essa expressão surgiu, eles não gostaram nada dela. Afinal, foram aqueles meninos que não tomam banho d'além-mar, os franceses, que a cunharam, para legitimar a coroação de Maximiliano, um Habsburgo, como Imperador do México.
Nada muito "América para os americanos". Não é?
E por falar em América, o de Cali é o time com o pior retrospecto dentre todos os finalistas da história da Libertadores. Chegou em 1985, 1986, 1987 e 1996. E perdeu TODAS. Que fase, hein, moça?!
Já o querido Ameriquinha vai estrear nesta quinta pela série B do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro contra o Bonsucesso, às 20h, com transmissão da ESPN Brasil, olha que chique! Não deixem de assistir e torcer pro time do genial Romário.
E já que estamos falando do lendário clube de Lamartine Babo e Tim Maia, entre outros, vejam que sensacional esse video da Unimed.
Ouvi falar que é do WO, mas não tenho certeza. É plausível.
sábado, 11 de julho de 2009
Altas críticas
Fazendo uma atenta leitura crítica de meu pequeno e humilde blog, percebi que algumas coisas nele podem e talvez devam ser mudadas.
Em primeiro lugar, o cabeçalho desapareceu. Trata-se de um problema menor, já que a minha webmaster Joaquina Malagastrangas prometeu resolvê-lo prontamente. Por ser ela uma das poucas leitoras desse site, quiçá a única, não é demasiadamente humilhante cobrá-la assim em público.
A linguagem desnecessariamente rebuscada e ligeiramente pedante para tão acessível veículo de comunicação também parece passível de mudanças. A vantagem é que, com as mudanças da ortografia da língua portuguesa, estou consideravelmente mais suscetível a erros diversos do que antes. O título do post comprova o enunciado postulado acima: por não saber se agora "autocrítica" leva ou não hífen, resolvi alterar o cabeçalho para essa bobagem aí em cima.
Os assuntos são também por vezes grotescamente herméticos e criptográficos, algo de que somente um poeta simbolista francês viciado em ópio e neurossifilítico poderia se orgulhar. Um exemplo são as constantes e incompreensíveis referências a Mikhail Afanássievitch Bulgákov, autor russo do início do século XX extremamente popular em seu país, mas tão conhecido como minha tataravó Virginia aqui no Brasil. Para piorar, as menções parecem considerar óbvia a familiaridade do leitor com o supracitado romancista.
Para evitar que tais problemas se repitam, os posts herméticos conterão doravante links explicativos para a Wikipédia. Afinal, dizem que ela é tão precisa ou mais precisa que a Enciclopédia Britânica.
Hoje, por exemplo, completam-se 1040 anos da morte da Princesa Olga de Kiev. Vejam só que gatinha.
Nossa, que fase...
Em primeiro lugar, o cabeçalho desapareceu. Trata-se de um problema menor, já que a minha webmaster Joaquina Malagastrangas prometeu resolvê-lo prontamente. Por ser ela uma das poucas leitoras desse site, quiçá a única, não é demasiadamente humilhante cobrá-la assim em público.
A linguagem desnecessariamente rebuscada e ligeiramente pedante para tão acessível veículo de comunicação também parece passível de mudanças. A vantagem é que, com as mudanças da ortografia da língua portuguesa, estou consideravelmente mais suscetível a erros diversos do que antes. O título do post comprova o enunciado postulado acima: por não saber se agora "autocrítica" leva ou não hífen, resolvi alterar o cabeçalho para essa bobagem aí em cima.
Os assuntos são também por vezes grotescamente herméticos e criptográficos, algo de que somente um poeta simbolista francês viciado em ópio e neurossifilítico poderia se orgulhar. Um exemplo são as constantes e incompreensíveis referências a Mikhail Afanássievitch Bulgákov, autor russo do início do século XX extremamente popular em seu país, mas tão conhecido como minha tataravó Virginia aqui no Brasil. Para piorar, as menções parecem considerar óbvia a familiaridade do leitor com o supracitado romancista.
Para evitar que tais problemas se repitam, os posts herméticos conterão doravante links explicativos para a Wikipédia. Afinal, dizem que ela é tão precisa ou mais precisa que a Enciclopédia Britânica.
Hoje, por exemplo, completam-se 1040 anos da morte da Princesa Olga de Kiev. Vejam só que gatinha.
Nossa, que fase...
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Som, fúria etc.
Passadas as risadas iniciais pelo fato da Lili ter sido cortada do show no melhor estilo Joey Tribbiani, fiquei com algumas impressões contraditórias da tal minissérie. Seria uma subversão no melhor estilo Chumbawamba ou uma baita de uma hipocrisia?
Eu acabei preferindo a primeira opção, mesmo porque as risadas não foram exclusivamente por conta da Lili.
O lance da cabeça me lembrou muito, por sinal, a história de um certo Mikhail Aleksándrovitch Berlioz.
Eu acabei preferindo a primeira opção, mesmo porque as risadas não foram exclusivamente por conta da Lili.
O lance da cabeça me lembrou muito, por sinal, a história de um certo Mikhail Aleksándrovitch Berlioz.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Fim dos tempos
Com a confirmação de que o mundo de fato acabará no ano de 2012, a Rede Globo de Televisão resolveu comprar os direitos exclusivos de transmissão do Fim dos Tempos. O problema é que o evento está marcado para uma quarta à noite. Dentro desse quadro, os diretores de programação da emissora conseguiram adequar sua grade da seguinte maneira:
20h10 - Jornal Nacional
21h05 - Novela
21h45 - Copa do Brasil - Sampaio Correia X Corinthians
23h50 - Compacto com os melhores momentos do Fim dos Tempos com comentários de Arnaldo Jabor.
00h30 - Jornal da Globo.
01h05 - Programa do Jô
Etc. etc.
Que faaaaaaaaaaaaaaaaaase!!!
20h10 - Jornal Nacional
21h05 - Novela
21h45 - Copa do Brasil - Sampaio Correia X Corinthians
23h50 - Compacto com os melhores momentos do Fim dos Tempos com comentários de Arnaldo Jabor.
00h30 - Jornal da Globo.
01h05 - Programa do Jô
Etc. etc.
Que faaaaaaaaaaaaaaaaaase!!!
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