E afinal, certo como a morte, inevitável como o fado das almas humanas, imperscrutável como um borsch à base de repolho e bacon, ele chegou...
9 de maio, o dia da vitória.
Comemoram-se hoje os 62 anos da capitulação alemã perante o Exército Vermelho.
Mas quantos foram os noves de maio até o dia da vitória final...? Quantas almas russas não se perderam até o momento em que a bandeira vermelha tremulou sobre o Reichstag...? "Em nome da vida", e embora seja uma imagem repetida, coloco o cartaz abaixo...
Continuemos pois a luta implacável até que se alcance o grande 9 de maio, a grande Vitória!
Вперёд, за нашу победу!
quarta-feira, 9 de maio de 2007
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Подготовка к революции
Aos 7 de novembro de 1917 anunciou Vladimir Ilich:
"Camaradas! A revolução operária e camponesa, de cuja necessidade os bolcheviques sempre falaram, realizou-se".
Poucos dias antes, havia dito:
"A única coisa a se lamentar é que esperar pela Assembléia Constituinte não pode resolver nem o problema da fome nem o problema da entrega de Petrogrado. Esta 'ninharia' é esquecida pelos ingênuos ou desorientados, ou por aqueles que se deixaram intimidar.
A fome também não espera. A insurreição camponesa não esperou. A guerra não espera. Os almirantes escondidos não esperaram".
Pois.
As palavras de ordem portanto oscilam entre "todo o poder aos sovietes" e "esperar". O velho Lenin já disse acima o que acha do assunto.
Mais uma paráfrase interessante.
"O problema é que tudo isso ocorre contra o pano de fundo de um Denkverbot fundamental: a proibição de pensar.
A hegemonia democrátco-liberal da atualidade é sustentada por um tipo de Denkverbot não escrito similar ao infame Berufsverbot (proibição de contratar indivíduos com tendências esquerdistas radicais em órgãos do Estado) na Alemanha no final da década de 1960 - no momento em que mostramos o menor sinal de envolvimento em projetos políticos que parecem desafiar seriamente a ordem existente, a resposta é imediata: 'Por mais benevolente que seja, isto inevitavelmente terminará num Gulag!'. A função ideológica das constantes referências ao Holocausto, ao Gulag, e às mais recentes catástrofes do Terceiro Mundo é, portanto, servir de apoio a este Denkverbot, ao nos lembrar constantemente como as coisas poderiam ter sido muito piores: 'É só olhar em volta e ver por si mesmo o que irá acontecer se seguirmos suas idéias radicais!'. O que constatamos aqui é o exemplo definitivo do que Anna Dinerstein e Mike Neary chamaram de projeto de desutopia: 'não apenas a ausência temporária da Utopia, mas a comemoração política do fim dos sonhos sociais'. E a demanda por 'objetividade científica' representa apenas outra versão do mesmo Denkverbot: no momento em que questionamos seriamente o consenso liberal existente, somos acusados de abandonar a objetividade científica em troca de posições ideológicas ultrapassadas. Esse é o ponto 'leninista' do qual não se pode nem se deve abrir mão: hoje, a verdadeira liberdade de pensamento significa liberdade para questionar o consenso democrático-liberal 'pós-ideológico' dominante - ou não significa nada".
ZIZEK, Slavoj. "A escolha de Lenin". IN: ZIZEK, Slavoj. Às portas da revolução. Escritos de Lenin de 1917. São Paulo, Boitempo, 2005.
"Camaradas! A revolução operária e camponesa, de cuja necessidade os bolcheviques sempre falaram, realizou-se".
Poucos dias antes, havia dito:
"A única coisa a se lamentar é que esperar pela Assembléia Constituinte não pode resolver nem o problema da fome nem o problema da entrega de Petrogrado. Esta 'ninharia' é esquecida pelos ingênuos ou desorientados, ou por aqueles que se deixaram intimidar.
A fome também não espera. A insurreição camponesa não esperou. A guerra não espera. Os almirantes escondidos não esperaram".
Pois.
As palavras de ordem portanto oscilam entre "todo o poder aos sovietes" e "esperar". O velho Lenin já disse acima o que acha do assunto.
Mais uma paráfrase interessante.
"O problema é que tudo isso ocorre contra o pano de fundo de um Denkverbot fundamental: a proibição de pensar.
A hegemonia democrátco-liberal da atualidade é sustentada por um tipo de Denkverbot não escrito similar ao infame Berufsverbot (proibição de contratar indivíduos com tendências esquerdistas radicais em órgãos do Estado) na Alemanha no final da década de 1960 - no momento em que mostramos o menor sinal de envolvimento em projetos políticos que parecem desafiar seriamente a ordem existente, a resposta é imediata: 'Por mais benevolente que seja, isto inevitavelmente terminará num Gulag!'. A função ideológica das constantes referências ao Holocausto, ao Gulag, e às mais recentes catástrofes do Terceiro Mundo é, portanto, servir de apoio a este Denkverbot, ao nos lembrar constantemente como as coisas poderiam ter sido muito piores: 'É só olhar em volta e ver por si mesmo o que irá acontecer se seguirmos suas idéias radicais!'. O que constatamos aqui é o exemplo definitivo do que Anna Dinerstein e Mike Neary chamaram de projeto de desutopia: 'não apenas a ausência temporária da Utopia, mas a comemoração política do fim dos sonhos sociais'. E a demanda por 'objetividade científica' representa apenas outra versão do mesmo Denkverbot: no momento em que questionamos seriamente o consenso liberal existente, somos acusados de abandonar a objetividade científica em troca de posições ideológicas ultrapassadas. Esse é o ponto 'leninista' do qual não se pode nem se deve abrir mão: hoje, a verdadeira liberdade de pensamento significa liberdade para questionar o consenso democrático-liberal 'pós-ideológico' dominante - ou não significa nada".
ZIZEK, Slavoj. "A escolha de Lenin". IN: ZIZEK, Slavoj. Às portas da revolução. Escritos de Lenin de 1917. São Paulo, Boitempo, 2005.
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